domingo, 1 de maio de 2011

Ausências

Como já se deve ter entendido, deixei esta semana em branco, pois regressei à minha segunda casa, isto é, estou de novo internado em S.Marta desda sábado 23. Agora uma bactéria bastante furiosa atacou-me a perna direita, e deixou-a com algum mau aspecto incluso duas pequenas feridas e muita vermelhidão.

Tive, por precaução, de vir fazer um tratamento de antibióticos, antecedido de hemocultura para ver qual o ilustre agente patológico. Parece que as coisas já estão a melhorar, mas de mais uns dias por aqui não me safo. Entretanto hoje descobri que este fóssil computacional, que está no refeitório da enfermaria funciona, e acede à internet. Boa !!!

Estou sozinho na enfermaria do costume, dos transplantados, o que me livra dos viciados da TVI, repetidores de histórias iguais, egocêntricos, ressonadores, visitas furibundas, intrometidos, e outros espécimes hospitalares, mas também me impede qualquer conversa.

Vou lendo e escrevendo, ouvindo música, vendo a SIC Notícias, mas muito também repete demais, mas como tenho muitas dores lombares, a posição de leitura nem sempre é fácil, no sofá.

Agora que descobri este computador, enquanto funcionar vou vir aqui deixar posts, pois já estava há muito sem dar novas, não que o mundo não possa passar sem elas...

Entretanto acabei de ler "O Bom Inverno", romance de João Tordo, vencedor do último Prémio José Saramago. Não muito normal na nossa literatura, um thriller, com muito suspense, muito bem escrito passado com um grupo acusado de um crime, acossado por um homem que quer fazer justiça pelas suas mãos, e onde se procuram e questionam as razões que cada um tem para viver, as suas pulsões, o que os conduziu ao beco sem saída. Trata-se de um bom enredo, apesar de tudo não muito original, dado já conhecer alguns romances cuja base estrutural da narrativa é a mesma. Claro que o tratamento da história aqui envereda pela luta pela sobrevivência, e pelo papel de uma personagem principal, que procura conduzir uma negociação impossível, pois à partida todos estão condenados. Interessante e uma literatura muito clara e limpa, e rara entre os nossos escritores.

Sem comentários:

Enviar um comentário