sábado, 28 de maio de 2011

Não é flagelação abrir os ouvidos...

Ontem estive a ouvir o CD que o Victor me ofereceu, e que saiu recentemente, dos Flajazzados. Trata-se de um grupo da área do jazz, sede em Faro, alguns músicos com carreiras firmes no jazz nacional, caso de Zé Eduardo, Jesus Santadreu entre outros, ao qual o Victor juntou os seus textos. Trata-se de jazz, com textos falados, sendo que o Victor além de escrever dá também a sua voz.

Em alguns temas a música aproxima-se mais do acompanhamento dos textos, noutros do registo de jazz, em todas as faixas existem excelentes solos, sendo que o texto nos surge como tema, mas ele próprio, fruto de alteração da ordem das frases, cria novos textos, com novos sentidos, como se de variações se tratassem.

Este tipo de registo, entre o jazz vocal e o instrumental, é para mim desconhecido, e foi uma surpresa. Embora por vezes, o registo vocal um pouco "pesado" dê aos textos uma carga que no texto escrito não têm, o resultado final surge num registo de acordo com a mensagem a passar que é de grande força, sendo que as palavras são muito directas, eficazes e sem "massa gorda"...

Gosto particularmente da faixa 4, "Uma luz no escuro", texto suportado por guitarra e um magnífico solo de piano, da faixa 8, "Deus anda de lado", texto fortíssimo e uma sonoridade jazzística intercalada com as palavras e da faixa 3, "Triste soldade", muito próxima de uma canção pop, e onde a melhor exposição do texto é acompanhada de solos de sax, guitarra e piano que me agradam especialmente. Estas duas faixas são inspiradas em canções de Bob Dylan.

No jazz, ao vivo é mais interessante, mas para mim não é possível para já. Fica o disco para ouvir e voltar a ouvir. Obrigado.

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