sábado, 21 de maio de 2011

Quem ganhou o "debate" ?



Esta a pergunta que todos os comentadores, apresentadores de telejornais, jornalistas e outros "mestres" da comunicação fazem. Como se ganhar o debate fosse um indicador de ganhar as eleições.


Em primeiro lugar era preciso que tivesse sido um debate... Na realidade assistimos a uma troca de golpes estudados pelos assessores, que passaram a pente fino deslizes dos candidatos, e os serviram aos seus patrões numa bandeja para atiram ao adversário, de preferência, desprevenido. Assim como um Carnaval em que se atiram ovos ou tomates. As principais preocupações dos portugueses como sempre não foram respondidas. Como vamos crescer, recuperar emprego, pagar as dívidas, por ordem na casa do Estado, ser governados após 5 Junho, foram perguntas que o pobre moderador nem conseguiu que os candidatos ouvissem, quanto mais responderem.


Mesmo assim não fujo à pergunta, quem ganhou o "debate" ?


Penso que o Passos Coelho ganhou ! Porquê ?


1. Todos pensavam que ía ser esmagado pela artilharia preparada pelo Sócrates e claramente não foi.


2. Conseguiu centrar o "debate" na questão da responsabilidade do actual governo pela situação, e não na discussão das cascas de banana que lhe íam sendo atiradas para debaixo dos pés.


3. Não negou, antes explicou, coisas menos simpáticas do seu programa, aliás o Sócrates ajudou a mostrar que para o bem ou para o mal o Coelho tem um programa e ele próprio só uma vaga ideia, para além daquilo que o FMI impõe.


4. O nosso primeiro ministro puxou dos galões e quis ser participante, candidato, moderador, escolher as perguntas, dar as respostas, e opinar acerca das propostas dos outros sem mostrar as suas. As pessoas não gostam de tanto poder ! Neste ponto o Coelho nem precisou de fazer nada para mostrar que tipo de pessoa tinha em frente. E atenção que eu julgo que estas eleições serão muito centradas no perfil do candidato, e menos nas políticas e ainda menos nas ideologias (tirando o caso do PCP que vai receber os votos ideológicos do costume, para um candidato que é um campeão de simpatia ).


5. Foi eficaz na linguagem, evitando as provocações de que foi alvo, e soube atacar com palavras claras e sem aqueles "rodeios" do costume.


Veremos que consequências nas sondagens, premonitórias (ou não) dos resultados eleitorais. Agora as políticas já as sabemos, e esperamos sofrer, quem as vai executar (se é que vai) é que falta saber. Se a receita resulta, ou se a terapia vai matar o doente, como parece passar-se na Grécia, é que não sabemos. Agora se os políticos "experientes" nos conduziram aqui, e nós aqui chegámos também por nosso pé, melhor os inexperientes...

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