terça-feira, 22 de novembro de 2011

Uma greve muito geral

Quinta feira dia 24, depois de amanhã, greve geral. Na mesma data do ano anterior 2010, para comemorar, e da mesma forma CGTP e UGT juntam-se, o que é raro. Se a confederação comunista é useira e faz da greve a sua principal arma, em qualquer circunstância, a UGT, dada a sua proximidade a PS e PSD, só pode estar a embarcar num comboio que não quer perder, sob pena de deixar as "massas" ao sabor das diatribes de um partido que pouco mais vale que 7% em termos eleitorais. E faz bem, claro. Não faço greve, pudera, sou reformado, e estes de pouco contam, embora sejam dos que mais vão suportar o preço da crise, mas no activo também não faria, embora a entenda. As pessoas estão muito sacrificadas, e ainda a parte séria não começou, pelo que há que enquadrar e canalizar o seu descontentamento, para evitar situações descontroladas, que em Portugal não me parece estarem em agenda, mas nunca fiando. Sabe-se que as centrais sindicais detestam "massas" que não controlam, e a sua presença é garantia de que as coisas se mantêm no tolerável. Agora, é pouco útil, lá isso é.
Não estamos perante reivindicações económicas, que se resolvam com pressões, mas perante uma grave crise europeia, diria mundial, e as soluções não passam pela maior ou menor mobilização de pessoas voluntaristas e lutadoras. Passam por medidas corajosas que os governos têm de tomar, pela imobilização de forças que intervêm de forma desregulada na economia, controlo da especulação, das off shores, políticas monetárias adequadas e até medidas políticas ousadas, como a maior coordenação nas políticas da União Europeia. Assim, a greve geral até pode ser muito geral, mas será muito pouco eficaz, fará perder um dia de salário a muita gente, e um dia de riqueza que o país deixa de produzir, e não modifica nada do que é essencial para sair da crise, pois está desajustada do alvo. Mas se com isso se pouparem muitos carros queimados, candeeiros e montras partidas, ganharemos todos qualquer coisa.

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