sexta-feira, 22 de novembro de 2013

JFK (1917 - 1963)

Faz hoje 50 anos que Lee Oswald disparou sobre JFK em Dallas. Eu tinha 11 anos, andava no Liceu de Oeiras no 2º ano do chamado Ciclo Preparatório. Esse acontecimento na altura foi do meu conhecimento, mas alguns dias depois, pois nessa altura não tinhamos televisão, ouvia-se rádio, e o meu pai fez uma coisa rara, comprou o jornal.  Só o comprava quando grandes acontecimentos ocorriam, foi o caso. E eu li a história nesse jornal, o DN, que andou muito tempo lá por casa. A prisão de Lee, o assassinato em directo de Lee por Jack Ruby. Mas jamais entendi a história. Na altura a figura de JFK  não era simpática em Portugal, embora eu não soubesse. Vivia-se um mundo tão diferente do de hoje. Contra o mundo global de hoje, estavamos no mundo dos blocos. O Ocidente, o chamado mundo livre, o Soviético, por detrás da cortina de ferro, e despontava o mundo dos Não Alinhados, liderados por Nasser, Sukarno e outros lideres do terceiro mundo, sempre mais alinhado a Leste que a Oeste. Neste mundo de blocos, JFK desponta como um lider global, talvez o primeiro, do mundo livre, mas também como esperança dos oprimidos dos outros mundos. Pois era um homem da modernidade, um anti-comunista mas sem os tiques de macartismo que outros presidentes americanos tinham, afinal  uma antevisão de Obama, num mundo dividido e à beira da guerra nuclear, onde cada passo tinha de ser medido ao milimetro, pois qualquer descuido podia desenvolver forças incontroláveis. O curto mandato de JFK, a sua morte, a morte mais tarde do candidato Bob Kennedy, mostra a teia de interesses que se movia por detrás da política mundial, e a forma como se resolviam os problemas, à bala. Ficou o mito, Marilyn também morreu, as luzes começaram a apagar-se, a Guerra do Vietnam que começou com JFK também terminou, e agora sabemos que "os diamantes não são eternos". JFK, sei agora, na altura nem me passava pela cabeça, mudou a maneira como vemos o mundo, pois foi o primeiro Presidente da era global, que só viria muito mais tarde. Eu na altura ainda andava de calções, num país cinzento, onde as notícias, as que se podiam dar, só chegavam muitos dias depois.

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