segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

Uma porta alentejana

Teriamos de pensar muito, recordar, inventar, imaginar, rever, recuar aos idos de mais de cinquenta anos, para ter apenas uma pálida ideia do que já passou por esta porta. Se calhar um bébé recem nascido de uma família provinciana, um caixão ou vários contendo corpos de seres humanos que a esta casa chamaram sua, cães, gatos, galinhas e borregos, vivos e mortos, casamentos, batizados, gente com fato de domingo, mas também de botas alentejanas, muito pão, carvão e outras "vitualhas". Tudo isto imaginei quando pintei esta porta, em tela de 38x46, pintada a óleo. A porta fica na vila de Garvão, ali junto da ribeira, lugar de memórias muito duras.

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