quarta-feira, 29 de julho de 2015

Márcia


É já um valor seguro na cena musical em Portugal, embora muita gente ainda não conheça esta cantora, compositora, que escreve canções para si e para vários artistas. Agora tem novo CD já o terceiro, de nome "Quarto Crescente", e é muito bom. Um misto de musica portuguesa com brasileira pois trem um produtor brasileiro. Fica aqui um exemplo do seu talento e um clip bem feito que é um mistério para mim.

Final de ano

Terminei na passada segunda feira um ano de sessões de pintura na Aldeia de Palheiros. Recordo que quando me contactaram para fazer este atelier estava internado em S. Marta, onde estive 3 semanas. Depois de ter alta fizeram-se os contactos e iniciámos a 23 de Junho do ano passado, apenas houve uma interrupção no Natal. Agora interrompemos cerca de um mês durante Agosto para logo recomeçar lá para Setembro. Para terminar este ciclo tive direito a oferta de almoço, uma bela galinha caseira no restaurante lá da terra. Pudera foram 53 sessões semanais, e muitos trabalhos feitos, algum convívio e muito reconhecimento e consideração que só posso agradecer. Por aqui nem sempre é hábito agradecer, e este grupo tem dado muito de si, esse o melhor reconhecimento. Obrigado.

terça-feira, 28 de julho de 2015

Crianças visitam a velha Matriz

Uma tela que representa uma hipotética visita das crianças á Matriz centenária de  Garvão, e decidi colocar uma moldura dado que é para oferecer e ser "rifada" para ajudar a financear o batismo de voo dos pequenos do ATL. O estilo é um pouco naif e as cores quentes são o calor mesmo do Alentejo. As crianças vistam o velho monumento em boa hora recuperado. Uma homenagem e uma paixão.

Still Alice

Um excelente filme que passou despercebido e com o qual Julianne Moore ganhou o Óscar de melhor actriz este ano. "Meu nome é Alice" do título inglês "Still Alice", relata a situação de uma professora universitária a quem é diagnosticado Alzheimer Precoce, e do seu percurso de queda, dos expedientes que usa para combater a perda de memória até se esquecer de si mesma, de quem é, da sua cara da sua família. Tudo se pode perder e é tão rápido, mas apesar disso "ainda é Alice". Um murro para quem não viveu tais momentos.

Mais um dia no ATL

Após uns dias de ausência forçada regresso com um bom motivo. Mais um trabalho de terça feira no ATL. Hoje a maioria dos meninos e meninas foram para a piscina mas os mais pequenotes tiveram de levar com as pinturas, as tintas e os pincéis. Esforçam-se e tentam dar o seu melhor embora muito "contidos", pois a confusão era menor. Hoje apareceu o "retrato", da prima, da sobrinha ou até o auto retrato. Ficam aqui algumas das "obras".

segunda-feira, 13 de julho de 2015

Força de vontade

Na foto a srª Perpétua mostra o seu montinho em tela. Dadas as dificuldades que tem é grande o esforço e mostra muita força de vontade para fazer os trabalhos que tem feito. Bonito. Gosto de participar nesta pequena odisseia.

sexta-feira, 10 de julho de 2015

O galã do filme que nunca vi (Omar Sharif 1932-2015)

Morreu hoje, os galãs não são eternos na vida real, mas na tela nunca morrem. Em 1966 estreia em Portugal "Doutor Jivago", uma grande produção de David Lean, lembro-me bem passar no Saldanha em frente ao Monumental, onde um cartaz gigantesco mostrava um casal, que saía do cartaz de grande que era, e um comboio que se via no horizonte. Tinha 14 anos, já era rapazola, mas a classificação "maiores de 18 anos" era aplicada de forma implacável, e aplicava-se a qualquer obra onde se desse um beijo, ou se visse um casal apaixonado, era o caso. Assim nunca vi este filme  nem depois mais tarde, não sei porquê. Passado durante o Revolução de Outubro, na Rússia, tema proibido na altura, mesmo quando filmada na lógica de uma produção hollyoodesca. A música de Maurice Jarre foi um enorme êxito que se ouvia na rádio a toda a hora. Provavelmente cheio de cortes, lá estreou e foi um enorme sucesso. O egípcio Omar Sharif, já com "Lawrence da Arábia" no curriculo, era o galã, que fugia da Revolução. Não sei se seria assim um enorme actor, mas marcou uma época na minha juventude. Hoje morreu. A doença de Alzheimer foi mais forte.

quarta-feira, 8 de julho de 2015

Crónicas de um Verão Quente (3)

A inconsequência da UDP e dos grupos ML era total. Aí tiro o chapéu ao PCP que sempre se comportou como um verdadeiro partido, uma instituição que sabia que as circunstâncias passam mas os ideais que defendem prosseguem, e poderiam perder muitas batalhas, esperar 100 anos se for preciso mas ganhar a guerra. No dia 11 de Março de 1975, enquanto os grupos a que pertencia gritavam contra os capitalistas, e faziam manifestação para "nem mais um soldado para as colónias", atacavam as nacionalizações, que chamavam "capitalismo de estado", faziam ocupações, o PCP nacionalizava, ocupava lugares na administração, nas empresas do  estado, a preparava as eleições de 25 de Abril de 1975 que julgavam ganhar. Na realidade, para desânimo dos comunistas e de toda a chamada esquerda revolucionária, o PS, a que chamava-mos um "partido burguês" ganharia as eleições em toda a linha, e a partir daí Mário Soares desenharia com redobrada legitimidade toda a estratégia contra o Governo de Vasco Gonçalves, de apoio aos militares moderados e culminaria com o 25 de Novembro. Entretanto o Verão aquecia, além da meteorologia desse ano prever calor, politicamente era tórrido, o país dividido em dois, as sedes do PCP ardiam sobretudo no Norte, no Alentejo as ocupações de herdades eram agora acompanhadas pelos militares de esquerda, por todo o lado floresciam as comissões de trabalhadores e moradores. Entretanto nós na UDP íamos dando "uma no cravo outra na ferradura", isto é, apoiar e promover essas lutas com as bases disponíveis, mas sempre numa lógica anti-PCP, o que reconheçamos era dificil de explicar e de entender pelo povo, que via nesse partido a imagem de muitos anos de luta contra o regime, vá lá explicar porque lhes chamava-mos "traidores", "revisionistas", "social fascistas" e outros mimos...

Fim de "ano lectivo"

Ontem foi o ultimo dia de "aulas" para o grupo de pintura que tenho estado a animar no Centro de Convívio, terminou bem. Recordo que no inicio estava tudo receoso que não havia gente interessada, que melhor seria desistir, todas as terças feiras me era anunciado que "hoje não viria ninguém" que as pessoas não aderem por aqui. Eu sempre disse que difícil era começar e que se faria sempre com quem estivesse. Afinal tinha razão, pode não ter sido um sucesso  mas aqui não é como a ginástica, que é quanto mais melhor. Eram quatro pessoas que vinham sempre e chega, pois o apoio individual era importante dada a nenhuma experiência que tinham, e afinal chegaram ao fim e fizeram alguns trabalhos que as satisfizeram. No final houve lanche !

terça-feira, 7 de julho de 2015

Colagens

Hoje no ATL houve trabalhos de recorte, colagem e pintura. A partir de um quadrado de cartão canelado colagem de papel de seda, e de algumas fotos recortadas que procuram ilustrar uma frase que representa uma mensagem. Trabalho difícil para os mais pequeninos, mas com a ajuda das monitoras lá se levou tudo a bom porto, e ficam aqui alguns dos trabalhos feitos, muito bonitos e de acordo com o gosto de cada um.

segunda-feira, 6 de julho de 2015

Febril

Hoje a actividade na Aldeia era febril. Tintas para um lado, pincéis para o outro, aqui nada afecta a actividade das pessoas que tentam fazer o melhor que podem e sabem, e tiram do interior dos seus muitos anos alguma energia para se manter activos. O "professor" procura ajudam mas por vezes também lhe faltam as forças. Foi o caso de hoje em que as "alunas" deram lições ao professor.

sábado, 4 de julho de 2015

Crónicas de um Verão Quente (2)

Mas afinal quando começou esse Verão ?  Pois para mim, começou ainda no Inverno. nas minhas contas no dia 11 de Março de 1975, quando um "golpe de estado" foi gorado, e Spínola definitivamente se afastou para o mundo da ilegalidade, ou mesmo criminalidade. Definitivamente já termina no Outono, para ser exacto no dia 25 de Novembro de 1975. Lembro-me desse dia como se fosse hoje. Estava a iniciar o curso para Técnico de Exploração dos CTT, numa sala no Edificio dos Restauradores, e ouviram-se alguns tiros de canhão que foram disparados na Calçada da Ajuda, os canhões comandados por Jaime Neves. Nesse dia, sabemos hoje, morria definitivamente o sonho do PCP de tomar o poder usando a esquerda militar, e dos ML de construir o poder popular, baseado numa utópica representação do poder das comissões de trabalhadores, moradores, entre outras, e com o apoio... da mesma esquerda militar. Para mim foi um sonho real em que, parecendo impossivel, acreditei, e foram meses felizes aqueles em que a utopia parece a realidade, contada através de comícios, manifestações, reuniões, boicotes, greves, desfiles e outras figuras de estilo do anedotário da revolução popular. A UDP era uma das maiores organizações da esquerda revolucionária, tinha um deputado, Afonso Duarte e mais tarde Acácio Barreiros. Funcionava por núcleos, regionais ou de empresa, e lembro-me que no Núcleo da UDP dos CTT, chegaram a haver para cima de 40 pessoas, todas sindical e socialmente activas. A UDP foi também uma das derrotadas do 25 de Novembro. Numa lógica política de antantes, a UDP era uma frente, sendo que na sua base se encontrava um partido, que a UDP também era, mas aquele de ideologia comunista, mas não soviética, o PCR, que funcionava ainda numa clandestinidade algo ridícula. Só mais tarde o PCR se legalizou e acabou mesmo por concorrer a eleições sem sucesso. Durante todo o periodo do PREC a UDP sempre foi atacada sobretudo pelo PCP, e pelo MRPP, este disputava o mesmo "público", e participou ou promoveu uma boa parte das demonstrações desse período. Disso falarei em próximos posts. Na foto três dos actores principais do "fim do sonho lindo", Ramalho Eanes, Jaime Neves e Vasco Lourenço

sexta-feira, 3 de julho de 2015

Crónicas de um Verão Quente (1)

Já vi muitas comemorações dos 40 anos do 25 Abril, da democracia, das eleições livres, ainda não vi comemorar os 40 anos do "Verão Quente". Talvez seja politicamente incorrecto falar desses tempos idos, que curiosamente agora relembramos ao ver imagens da Grécia, afinal um PREC retardado. Para mim o Verão Quente, associado ao que vivemos em 1975 em Portugal caracteriza-se por uma tentativa frustrada de uma ou várias forças "revolucionárias" tomarem o poder no país pois a isso se sentiam vinculadas pela interpretação que faziam dos "ideais de Abril na sua pureza original". Estamos a falar do PCP e alguns aliados, entre eles a ala militar de esquerda, dominadora na assembleia do MFA. Vou aqui evocar em vários posts as minhas recordações pessoais, sem qualquer rigor aos factos passados, numa abordagem totalmente "impressionista". Quem era eu nesses anos. Vinte e dois anos, solteiro, estudante do IST, trabalhador dos CTT em part time, mais tarde efectivo, militante da UDP, com quotas pagas, mas como a maioria dos militantes, em simultâneo de uma organização dos chamados grupos ML, vulgo maoistas, no caso algo chamado ORPC ML, era também delegado sindical do único sindicato de que fui sócio, o SNTCT. Havia milhentos grupos destes no inicio de 1975, todos caracterizados pelo extremismo radical, pela fidelidade ao ML (marxismo leninismo) e às suas práticas e teorias. Todos sabiam que no mundo apenas havia dois países perfeitos, a China de Mao e a Albânia de Enver Hoxha, o chamado "farol do socialismo na Europa". Os restantes eram os países capitalistas e o império soviético. Também cada grupo ML odiava todos os outros, a quem votava o maior desprezo, só ultrapassado pela raiva ao partido revisionista, social fascista para outros, o PCP, que dominava as estruturas de esquerda, sindicatos, municipios, estruturas militares entre outras. Para nós o PS era capitalista, e igual aos de direita. Na UDP me mantive até finais de 1978, altura em que um facto trágico me afastou definitivamente, coisa que já estava progressivamente a suceder. Feitas as apresentações logo veremos quais as recordações mais fortes, não necessáriamente as mais importantes !

Não

Pode parecer uma sugestão para se votar num referendo mas neste caso não é assim. O meu não vai para todos aqueles que procuram ingerir-se numa decisão que pertence a um povo e não a todos os outros, desde o senhor Junker ao senhor socialista de nome inpronunciável, mas também a muitos que na própria Grécia sendo parte do processo, procuram arrastar as pessoas para os seus pontos de vista, todos os dias fazendo propostas diferentes, e criando uma verdadeira barreira de confusão. Para esses todos vai o meu não. De resto, não me sendo indiferente o resultado, penso que, por muitas opiniões que se possam ter acerca da oportunidade do mesmo, agora cabe aos gregos dizer o que pensam. Depois disso então que regressem as negociações, se tal ainda for possivel, e gostaria que sim. Agora por favor, calem-se todos que as boas decisões tomam-se em silêncio.

quinta-feira, 2 de julho de 2015

Castro

O Castro da Cola é uma das imagens mais emblemáticas aqui do concelho. Uma fortificação pré histórica, julgo que sim, e construída sobre uma pequena elevação que a tornava muito dificil de tomar por qualquer inimigo. Há uns anos decidi pintar esta tela o que foi feito ao vivo junto do próprio local. Fiz outra mas seguramente menos bem conseguida. Desta perdi o seu local mas julgo que se encontra na Unidade de Garvão, não interessa, o que o interessa é o grande prazer que deu a sua execução pois tive de me deslocar muitas vezes ao local, e o trabalho foi todo feito lá. Bom tempo gasto.

quarta-feira, 1 de julho de 2015

Tristeza

Vejo as imagens de um país do Mediterrâneo Oriental que me habituei a admirar pela sua cultura e pela sua imagem de um país feliz cheio daquilo que se faz a felicidade, o sol a rodos e um mar infinito. Por isso é com muita tristeza que assisto aos pensionistas desesperados nas filas, a pedir o que lhes é devido. Sei que em Portugal as coisas estão longe de estar bem mas felizmente não vemos estas imagens de desânimo, de descrença e de desesperança. Mais do que encontrar os culpados, que como em Portugal são os que governaram nos ultimos anos, seria bom que os governantes procurassem poupar sofrimento, não indo por caminhos que só agravam a vida daqueles que já sofrem. Entre todos o Syriza não tem qualquer responsabilidade directa no que aconteceu, mas ao candidatar-se a governar tem a obrigação de negociar em nome do povo, de procurar soluções e não falsas expectativas e agendas escondidas. Quando votaram pelo referendo para além do Syriza apenas dois partidos de extrema direita, e entre eles o Aurora Dourada, é porque algo está mal com o caminho que as coisas estão a levar. Como pensionista, filho de uma pessoa também pensionista não posso sequer imaginar o seria estarmos ambos naquela situação. Como pode alguém dizer que "quer ser grego" nestes tempos de tanta incerteza, Governantes que não poupam ao seu povo tal sofrimento, portugueses ou gregos são apenas uma coisa, incompetentes !  Sinto por isso um grande receio e uma grande tristeza.

Santa Maria

A Igreja Matriz cá do local é em honra de Santa Maria. Propriedade privada da Misericórdia só abre uma vez por ano que eu saiba, a 15 de Agosto, e reconheço que sei pouco, mas também me parece que não permitir a sua visita com um belo visual exterior e um interior de talha dourada é de lesa património. Talvez razões de segurança falem mais alto pois os assaltos ao património são vulgares aqui no BA. Fica uma tela quase naif com cerca de três anos.

Telhas

Quem é apaixonado por telhas, telhados, beirais. e outros revestimentos pode começar por desenhar ou pintar este conjunto. A foto foi obtida hoje de manhã enquanto comprava uns melões e uma melancia ali para os lados da estação de Garvão aquela que está fechada, entaipada, e decerto entregue pela CP à guarda de uns roedores ou outra bicharada. Também lá está um pequeno café e o local lembra velhas viagens pelas planícies feitas de comboio. Agora, impante passa ali o Intercidades ou o Alfa que nem se dá ao trabalho de apitar ou afrouxar. Embirrações !