sexta-feira, 11 de setembro de 2015

Onzes de Setembro

Todos os anos faço o post dos meus onzes de Setembro. Do mais recente nada preciso de dizer pois todos os media, politicos e jornalistas o recordam justamente. Por isso prefiro falar do "outro", daquele dia onze de Setembro de 1973, faz hoje 42 anos, em que um Presidente da República eleito democráticamente morreu baleado no seu gabinete, cercado por um grupo de militares que corporizou um golpe de estado, contra o seu governo socialista, capitaneados pelo inesquecível Augusto Pinochet. Falo de Salvador Allende, a maior esperança dos inicios dos anos 70, em que a América Latina era uma coutada das multinacionais americanas. suportadas por ditaduras unipessoais, e onde os dedos de uma mão eram mais que suficientes para contar as democracias. Allende, mostrava que se podia evoluir por meios pacíficos, e sempre mostrou uma pose de estado e uma vontade de respeitar o voto de quem o elegeu. Eu sei, para além dele muitos outros morreram, "desapareceram", ou foram deportados para o resto da vida. Uma cortina negra caiu sobre o Chile, e só muitas décadas depois o pais regressou à democracia, e mostrou-se que não foi a ditadura que trouxe o progresso económico, apesar do apoio dos liberais da escola de Chicago como Milton Freedman, mas sim a democracia. Recordo de novo Allende, um exemplo da minha juventude, um homem integro e completo. Este também é um onze de Setembro que não devemos esquecer.

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