sábado, 31 de outubro de 2015

Málaga

Estávamos em Novembro de 2003, data da inauguração do Museu Picasso, na sua cidade natal, Málaga. Decidimos uma visita à cidade e aproveitar para visitar o Museu recém inaugurado, com a qual a cidade pretendia homenagear o seu vulto maior. Na altura a partir do Algarve ía-se de carro, e assim foi, apesar dos cerca de 500 quilómetros que ainda separam. Uma pernoita num local esconso pelo caminho, e pela manhã já se estava na fila para comprar bilhete para entrar, A cidade encontra-se numa baixa junto ao mar e muito se tem de descer para lá chegar, após quilómetros feitos a uma altitude razoável, da qual só nos apercebemos quando temos de descer até ao nível do mar.
Conta-se que em 1953, a delegacia da cultura da cidade natal de Pablo Picasso, pediu duas obras ao artista, que entusiasmado com a ideia, terá dito que não oferecia duas obras, mas dois camiões de obras, oferta recusada pelo governo franquista, que excluia o génio espanhol, conhecido como comunista e inimigo do ditador Franco. Só em 1992 foi retomado o processo, tendo a família do artista feito a doação de 285 obras que estão expostas no Museu inaugurado em 2003.


Entrámos no Museu e podemos usufruir de obras de todos os estilos que Picasso utilizou, e períodos da sua pintura, ou escultura, que também está exposta. Não estarão ali as principais obras do autor, mas das mais de 2000 que criou, estão 285, em particular muitas do cubismo. É um encher o peito com a criatividade deslumbrante do artista, sendo que muitas das obras nos questionam, se nós próprios não as faríamos, agora que as vemos, tal a liberdade e a simplicidade de algumas, só que ele as fez hà cerca de 100 anos, quando os conceitos de pintura eram outros, daí o seu carácter tão inovador e irreverente, mesmo para os dias de hoje. Da cidade nada mais interessou. Voltámos, uma noite em Benidorm, ali perto, na altura de inverno uma cidade fantasma, e "ala que é cardoso" de regresso ao Algarve. Valeu a pena !

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