quinta-feira, 28 de janeiro de 2016

Vergilio Ferreira (1916-2016)

Faria hoje 100 anos um dos mais esquecidos escritores portugueses do sec XX. Começou a escrever cedo nos anos 40 na vaga do neo realismo. Depois passou para uma escrita mais filosófica à volta dos grandes temas da vida, escreveu romance, muitos ensaios e os seus célebres diários. No final dos anos sessenta inicio dos setenta chegou a ser um escritor na moda, muito lido entre a intelectualidade jovem, depois veio a consagração depois do 25 de Abril, mas as suas posições sempre muito críticas e contundentes  tornaram-no um escritor "a evitar" no politicamente correcto daquela época, acusado muitas vezes de ser reaccionário, pois os problemas de que falava estavam muito para alé da espuma dos dias. No entanto granjeou uma fiel corte de leitores, pois ler os seus livros é actividade dificil de praticar, mas cria grandes laços de fidelidade. A sua defesa do existencialismo, mas mais como Camus, levaram alguém a chamar-lhe, desdenhando, o "Sartre de Fontanelas", pois residia ali na zona de Sintra. "Manhã Submersa" foi o seu maior sucesso ainda nos anos 50, deu filme e ele próprio foi actor nesse filme, que relata a sua passagem pelo semibário, unico ensino possivel no interior naqueles anos para o miudo pobre que era. Li alguns dos seus livros, desde logo "Aparição", e num momento duro para mim li "Para Sempre", do melhor que li. Escrevia muito bem, mas hoje já só se encontra nas bibliotecas. Parece que vão agora reeditar. Grande decisão !

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