terça-feira, 16 de fevereiro de 2016

Eu e a tanásia

Morte sem dor nem sofrimento utilizando a "tanásia", planta herbácea da família das compostas, segundo o dicionário. Um grande objectivo, que pode ser obtido a partir dos cuidados paliativos bem estruturados e servidos por gente competente, mas ainda uma miragem, e em cumulativo pela adição de algum químico que nos mate de forma "agradável", retirando o sofrimento de quem espera. Sei o que é essa espera no leito da morte, o olhar para a porta, por baixo do relógio da enfermaria dos cuidados intensivos, meses, aguardando que por aquela porta entre a morte, de foice na mão. No meu caso, podia em alternativa entrar a salvação, e a morte "ir chatear outro". Por isso nunca me passou pela cabeça se poderia ou não pedir a antecipação de algo, que no meu caso não era inevitável em absoluto. Nem qualquer quadro jurídico o poderia autorizar. Mas apesar do meu estado terminal, nunca fiquei privado da liberdade de pôr termo à vida se o quisesse. No entanto apenas viver me interessava. Agora questiono aqueles que não têm essa capacidade, e estão em sofrimento atroz, prisioneiros de uma vida que os corrói por dentro ? Esses não terão direito a decidir do fim da sua vida ? Por um lado impedindo terapias que prolongam a vida artificialmente ( no meu caso tomava em permanência dobutamina, que estimulava o coração a permanecer vivo, embora o "cansasse" a ponto de o poder matar...) Por isso eu sou bem a favor que a lei preveja a eutanásia, para casos bem definidos, numa lei que tem de ser feita com "renda", delicada e clara. É uma liberdade que nos é restituida.

1 comentário:

  1. Ui, que tema algo sensível e delicado, sem dúvida!
    Obrigada pelo seu comentário lá no blog (que tem novo post)!
    Um abraço.

    ResponderEliminar