domingo, 11 de dezembro de 2016

Fui ver ontem Jorge Palma no Teatro das Figuras em Faro. Deus sabe que me custou, mas talvez não volte a ver, Foi a primeira, será a última. Sacrificio bem empregue, pois o homem com todas as qualidades e defeitos só pode ser genial ! Este espectáculo tem por base o disco " Só" que editou há 30 anos, e a fazer juz Palma apresenta-se só, apenas com o seu piano como acompanhamento. Improvisado, anárquico, belo, intimo, cru, melancólico, alegre, em preto e branco, mal enjorcado, credível, com momentos de génio, com momentos de falha, tudo  o que é da natureza humana lá se encontra, cantou bem, cantou mal, tocou de forma extraordinária, acompanhou-se como se de uma orquestra se tratasse. A páginas tantas, parou e tocou de enfiada os três andamentos da Sonata nº8 para piano, opus 13, de Beethoven, como se de um concerto clássico se tratasse, e ali ficámos extasiados a ver quando é o músico ligeiro se enganava, mas o músico clássico não deixou. Depois arrancou com Leo Ferré. Leonard Cohen e Bob Dylan, como se o seu talento não fosse suficiente. Terminou a cantar " Portugal Portugal, enquanto estiveres à espera ninguêm te pode ajudar". Terminou, não ! O público pediu encore, e Palma voltou e tocou mais seis músicas. Parecia que ainda estava a gostar mais do que o público.

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